quarta-feira, 25 de março de 2009

Quem sou eu?

Nem eu, nem ninguém sabe.
Muitos opinam, mas até que ponto é que realmente conhecemos as pessoas?
Pelas suas reacções as palavras que proferimos? Pelas reacções a certas situações? Isso tudo não passara apenas de instinto ou senso comum de uma sociedade com ética e moralidade inconscientemente imposta?
Todos nós temos um passado, a nossa bagagem, o nosso maior orgulho e/ou a maior vergonha e tristeza. Eu também tenho a minha, não a escondo, embora por vezes devesse; alguma dela é antiga, demasiado até para ser falada, outra parte dela foi adquirida á pouco tempo, meses, semanas e até mesmo à dias recentemente passados.
É essa bagagem que me define?
O futuro é incerto, o presente é a união do outrora com o futuramente, mas tal como na musica "Para apreciar o presente tem que se conhecer o passado.", então eu sou as minhas memorias?
Eu sou nada mais que um conjunto de memorias?
Poderia então dizer de forma jocosa que sou como o Benfica, que tantos anos viveu de glórias passadas.
Então e o que falam de nós, também não nos define? Bem ou mal, não mostra quem somos?
Costumo dizer que consigo ser quatro pessoas diferentes. algumas delas são escudos que acabam por ser mal interpretadas, são o resultado da minha bagagem, daquela bagagem que não queremos carregar, aquela menos feliz. Achava-me único, talvez um pouco pretensioso e até mesmo cínico e hipócrita. Mas talvez esse seja o resultado da má bagagem que carrego, mas não sou o único, com escudos, com barreiras e com "personagens" que usam para esconder quem são ou o que sentem.
Tornei-me falado por uns, ignorado por outros e amado por poucos. Mas se mesmo os que me amam não me conhecem, quem me conhecerá?
Sei que gosto de amar, de namorar, de ser romântico e espontâneo, como também gosto de me divertir sem compromisso, considero musica a minha vida, nada me deixa melhor do que colar um sorriso na cara tatuada de tristeza de alguém que gosto e nada é melhor que musica para me levar as nuvens, me sacudir a alma, me mandar para o chão de felicidade e matar de sentimento.
Mas isso chega? Os defeitos também me definiram? Ajudará a conhecer-me?
Disseram-me muitas vezes que para nos encontrarmos temos que estar em paz com nós mesmos. Quando é que estamos em paz com nós mesmos? Quando atingimos esse patamar, se temos a nossa bagagem e todos os dias algo nos tenta meter em "guerra"?
Falaram-me de como se encontravam em paz, alguns sinceros, percebia-se no discurso, outros no entanto, nos olhos estavam cravadas as lágrimas teimosas que tendem a esconder-se por detrás de sorrisos, gargalhadas e cantorias. Outros conseguem me conhecer sem sequer saberem quem sou, como o fazem? É necessária a tal paz interior? Gosto de pensar que aos poucos caminho para lá, mas e a bagagem que transforma constantemente num guerreiro?
O que define afinal o que somos? O capital? Os amigos? A profissão? A família?
Não tenho pressa e citando uma amiga " Não te preocupes tanto, deixa as coisas andarem...", e citando os grandes Beatles com uma das mais famosas musicas deles "Let It Be".
Apenas sei que nada sei, que todos os dias me conheço, me surpreendo e no dia que souber quem sou, nada mudara pois tal como hoje... Sinto-me feliz sem saber quem sou!